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terça-feira, 24 de agosto de 2010

POR QUE PARTIR?
"Navegar é preciso. Viver não é preciso".
(Fernando Pessoa)

O navio está no porto.
Parado. Esperando a hora.
Exata da partida. Está ali.
Com suprimentos de neblina.
Agoniado por atravessar o oceano.

Por quê? Por que partir?
Sem resposta; alto-mar.
Este é o dia e a noite.
Quem sou? Não importa.
Marinheiro ou náufrago!

Pensemos agora no navio.
No porto, atracado, sonhando mares.
Esperando que a alma.
Se encontre com o corpo.
O sopro com a saliva.

O ouvido com o dizer.
A velocidade com o objeto.
Enfim. Há muita ânsia.
Passos lentos e finitos.
O encontro é inevitável:

Como a "Ode Marítima"
De Fernando Pessoa.
Como "Vou-me embora Pra Pasárgada",
De Manoel Bandeira.
E tudo o que sustenta o imaginável.

(Poesia Sempre, 2005)

4 comentários:

  1. Olá amigos,

    Este poema é um espécie de diálogo
    com a poesia de Fernando Pessoa, e mostrar esta intenção humana de descobrir novos mundos,
    mesmo que imaginário.

    Abraço!
    Tarcísio

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  2. Escrever é transcedender,
    é encontrar a essência do ser íntimo que nos habita...

    No mais... tenha bons fluidos de energia!

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