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sábado, 18 de fevereiro de 2012

FAÇO POESIA

Faço poesia da noite sem sono.
Faço poesia do abandono.
Faço poesia do diferente
que rompe a casca de repente.

Ou buscando um sinal no desigual.
Trabalhando o imaginário código do lazer.
Reciclando o amontoado de descaminhos sem prazer.
Alguém lerá tais versos? Nascido no desconexo.

Um retrocesso da angústia, a volta da metafísica.
Como o homem que necessita do próprio alimento que abomina.
Uma risada na chuva, um trem sem trilhos,
Cavalos as soltas e selvagens na tempestade!

Assim, faço poesia, como que acendendo o fogo úmido do ritmo.
E com toda a noite, todo o espaço rotativo,
Grilo, rio, estrela... tudo que parte e volta.
Cada dia uma estrofe, uma construção da vida.

E nunca imagineis, quando e a que hora
O verdadeiro poema virá diluviar vossa terra árida.
Necessito terminar este poema. Você pode me ajudar?
O que veio do ânimo ficou segredado. Sono. Boa noite!

(Poema do livro Em Busca da Essência, 2005.)

Trilha dos Porcos -Platô da vaca morta

sábado, 4 de fevereiro de 2012

LEITURA LIVRE

Quero madrugadas e manhãs livres para ler poemas,
contos, romances, blogs... Quero manhãs e tardes livres,
e o tempo todo para ler. Ler as nuvens brandas e brancas,
roçando os penhascos do planalto em tardes chuvosas,
revivendo a mata. Ler, saber e viver o mundo.
Estar sempre lendo o mundo ao redor. E abolir com esta
dificuldade de ser simples, coletivo, humilde e esperançoso.
Não podemos ter esperança sem leitura. Se não sabemos a altura do voo
que queremos alcançar. Vamos o tempo nos arrasta forte.
Quero madrugadas e crepúsculos livres. Para ler e valorizar o todo.
Ler tudo que se explica e em toda parte.

(Poema do livro Poesia Sempre, 2005.)