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sábado, 21 de dezembro de 2013

ALÉM DA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO (Poesia Sempre)
"Havia uma pedra no meio do caminho". (Carlos Drummond de Andrade)

Pedra, pedreira, pedregulho, pedrão.
Pedras pequenas, pedras grandes,
Pedras de todas as cores,
Pedras de todos os tamanhos e formas.

Pedra, pedrinha, pedregoso, pedrada.
Pedra lisa, pedra dura, pedra crespa.
Pedra escorregadia, pedra falsa, pedra firme.
Pedra de arenito, pedra de basalto.

Pedra de bolha, pedra quartzo.
Pedra cristalizada, pedra ametista...
Pedra afiada, pedra gigante,
Pedra fixa e pedra rolante.

Pedra exposta, pedra subterrânea,
Pedra que você vai ver ou imaginar,
Pedra do Itaimbezinho,
Pedras de muitos caminhos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

QUEM (Poesia Sempre)

Quem quer?
O desejo de olhos tristes.
Quem quer?
Um desejo de vida no coração.

Quem compra?
Sonho para minha dor.
Quem compra?
Beijos para meus lábios.
Quem compra?
Ouvido para minha voz.
Quem compra?
Mar para meus braços.

Carinhos para minhas recordações.
Desenhos para minhas nuvens.
Despedida para meus olhos.


sábado, 2 de novembro de 2013

DESAFIO (Relevo Azul)

Pela sombra
somente pela sombra,
do vasto arbusto da montanha...

Flui com as correntes
vagas correntes da ilusão
dentre o silêncio que a noite escuta...

No seu despertar profundo,
antes um desafio,
agora a criação do homem,
magia ativa
amor de pai,
amor de mãe...

A aurora existe
sob a razão,
sois o cântico dos fiéis...

Velejou sem se opor ao vento,
escalou a montanha,
como ruínas em poeira
fossem formas de castelo.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

OLHOS OCULTOS (Poesia Sempre)

Quando ocultei meus olhos:
Vi a fome no mundo;
Vi que vivemos no mesmo espaço bíblico;
Vi que a comédia
É um derramamento de sangue.

Quando ocultei meus olhos:
Vi a construção simbiótica de mim mesmo;
Vi meu coração crescendo, somando pulsações;
Vi os dias de minha vida sumindo
Num escuro lugar e Era.

Quando ocultei meus olhos:
Vi o homem bom transformar-se em mau;
Vi o planeta frágil nas mãos de homens destruidores;
Vi a realidade fingindo a sobrevivência
Em desespero.


sábado, 28 de setembro de 2013

AGRIDOCE AMOR (Em Busca da Essência)

A saudade relembra.
Então, escuto
Vozes adolescentes
Com luz própria,
Feito flor que nasce poesia!

A música fluente do vento
Contendo enigmas,
Dispersos em anos,
Recolhia sentimentos, fantasias
Para dentro da memória:
Coração apunhalado pelo horizonte!

Como transcender o amor?
Como aceitar a nobreza
Elevada
Do desamor?

Fico aqui contando
A minha vida
Para essa árvore florida
E ferida
Sobre as impressões digitais do amor!

Esse apelo-afeto forjou-me humano.
Deixou uma sombra
Ou melodia
De pedidos extremos
Ao acaso...
Calado, suporto o céu
Com estrelas infinitas
Na rua de meus desígnios imaturos.

Cachoeiras incessantes despencam
Do crepúsculo turvo,
E na ventania as folhas
Secas lutam
Por ficarem imóveis,
Jazendo no tempo
Onde brota a verdade da paixão!

É por amor! Que amor?
Invenção agridoce.
Nossos olhos diziam as mesmíssimas
Intenções feito partículas
Doce de sofrimento.

Em nosso ser, o outono
fixou morada.
E coexiste, puro
No passado adolescido
O cheiro, o gosto,
E a suavidade das palavras.


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

MOINHO (Relevo Azul)

Do sonho
engenheiro
à criança
e na realidade
moinho te edifico
em toda plenitude.

É um moinho de sonho
funcionando
dia frio
correias batem
na noite
abate o silêncio
canção d'água
roda embriagada.

Do teto ao chão
sombra e luz de candeeiro
desde o crepúsculo
até o amanhecer
o milho se rende
à prensa
a farinha desce fina
no vaporoso depósito.

Moinho
águas te agitam
dão-te passagem
abrem-se comportas
velocidade e força
usina
dê vida ao sonho
de menino
construindo em seu coração
concreto
que a morte não dissipa.

Ideal gira giro Planeta
em tua arquitetura
telhas francesas
costaneira é a tua varanda
parede de pedra
te transforma
cipós, limos, cepos.

Rangem as janelas
mastigo doce milho
moinho te edifico
em toda plenitude.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

POR QUE PARTIR? (Poesia Sempre)
"Navegar é preciso. Viver não é preciso".
(Fernando Pessoa)

O navio está no porto.
Parado. Esperando a hora.
Exata da partida. Está ali.
Com suprimentos de neblina.
Agoniado por atravessar o oceano.

Por quê? Por que partir?
Sem resposta; alto-mar.
Este é o dia e a noite.
Quem sou? Não importa.
Marinheiro ou náufrago!

Pensemos agora no navio.
No porto, atracado, sonhando mares.
Esperando que a alma.
Se encontre com o corpo.
O sopro com a saliva.

O ouvido com o dizer.
A velocidade com o objeto.
Enfim. Há muita ânsia.
Passos lentos e finitos.
O encontro é inevitável:

Como a "Ode Marítima"
De Fernando Pessoa.
Como "Vou-me embora Pra Pasárgada",
De Manoel Bandeira.
E tudo o que sustenta o imaginável.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

QUERO-QUERO (Relevo Azul)

Descamba chuva quero-quero está.

Alimenta-se do que retira
do potreiro molhado.

Canto forte,
protetor
noturno,
serração.

Pássaro vizinho
de voo rápido
embeleza a paisagem
junto ao gado.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

PONTO DE ENCONTRO (Poesia Sempre)

O ponto de encontro
é onde a figueira
atravessa a estrada.

O ponto de encontro
é onde na segunda-feira
o rio amanhece sussurrante.

O ponto de encontro
é onde o pingo da chuva
transpassa a gravidade da luz.

sábado, 6 de julho de 2013

Poemas de Tarcísio Rosa

MOVIMENTO (Poesia Sempre)

Troca-se o vento da casa
pelo vento do pulmão,
o vento do espaço
pelo vento do chão.


SAUDADE (Poesia Sempre)


Mãos, que rolam a massa,
Pela mesa que balança.
Mãos, mãos que a farinha mistura e lança,
Branca, vaporosa, úmida e assa.


UTOPIA (Poesia Sempre)


Neste mundo de utopias
Tu sorrias
E eu fazia parte de teu
Sorrir...

domingo, 16 de junho de 2013

SENHORA IDOSA (Relevo Azul)
(A minha avó Inez Rigotti da Rosa - saudade)

Com um pedaço de galho na mão
ela firma seu corpo,
sobe este morrinho com passos vagarosos,
a estrada é esburacada,
vai arrastando seu chinelo...

Às vezes,  vejo-a reclamar de tudo,
das pessoas que não zelam
pelo seu patrimônio
vendo aos poucos...
seu sonho de moça italiana
se dissipar feito fumaça.

O forno caiu...
a casa com goteira...
sua vaca holandesa magra...
e seu potreiro tomado de mato,
essas pequenas coisas fizeram parte
de sua vida inteira.

Com seu vestido estampado branco,
ela estava na porta da sala,
com os olhos cheios d'água,
vendo o horizonte e a planície costeira...

Na verdade, ela estava vendo
sua vida inteira...
o ventinho balançava
seus cabelos brancos.


quinta-feira, 6 de junho de 2013


POESIA PARA TAIENE (Em Busca da Essência)

Uma poesia para Taiene
nem é preciso que amanheça o dia,
na noite dormindo
o seu rosto sonolento
é plena alegria.

É preciso vinte e quatro horas
para falar de sua energia,
sempre com sua boneca
em todo lugar
é uma criança muito esperta.

Tem quatro anos de idade
esta amável menina.
Como é bom vê-la sorrir,
flor de bondade
alma divina.


(Taiene é minha filha, que hoje, 06/06/13 faz aniversário, 17 anos.)

segunda-feira, 20 de maio de 2013


SORRISO (Poesia Sempre)

Ame a si mesmo.
Ame as outras pessoas.
Creia em Deus.
Acredite no seu potencial.
Ninguém é melhor que você.
A vitória, muitas vezes, vem da sorte.
Mas, muito mais de sua dedicação.
Sonhe com teu sucesso.
Solte teu corpo e tua mente.
Você vai vencer.
Libere sua imaginação.
Desprenda-se, a vitória começa agora.
Conquiste as pessoas.
Sorria, erga a cabeça.
Demonstre que você está neste mundo
para lutar pelos seus ideais.
E que teu jogo é limpo, verdadeiro e honesto.
Sejas espontâneo, decidido e convicto.
Transforme a sua trilha num caminho alegre.
Naturalmente, apresente-se ser humano
dentro e fora de ti mesmo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

POR QUE VOLTAR? (Poesia Sempre)

Para reacender, reencontrar,
Por não resistir à saudade?
Para retornar a rever antigos prados.
Retornar, restituir fluídas esperanças.

Para comparar o antes e o depois.
Para que o perdão seja aceito.
Para conversar com teus olhos,
                 [brincar com teus lábios,
                 [rejuvenescer em teus abraços.

Voltar para continuar.
Oh, Deus! Como é difícil partir e perder!
A vida pode passar sem sorrisos.

Como a literatura sempre volta
A Aristóteles e a Platão,
Também volto.

Preciso encontrar a palavra,
A frase simples, a oração inocente,
A chave. Um pouso no teu coração.

Voltar para realizar os sonhos de adolescente.
Para reencontrar o caminho
E seguir em frente.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

DOMINGO CINZENTO (Relevo Azul)

Domingo cinzento
é para a morte dos bons.

Levemente balançam grandes folhas
de coqueiro na planície cinza.

Dia Cinza, Domingo cinza,
respira-se cinza para te receber.

Teu dia final é cinza
não há cantor nem piano
para celebrar... nem poema.

Há, sim, todo dilema
de um dia cinza... a realidade
sufoca-se nessa trégua cinza.

sábado, 20 de abril de 2013


PEDRA DE AREIA (Em Busca da Essência)
(Ao escultor Cristiano da Rosa Pereira)

A pedra de areia
movimentada em ventos.
Na pedra há veias
nas mãos do escultor!
A figura pensada
nos milhões de cristais
rodopiam no ar
da reciclagem da forma.
De quebrar casca
do nobre arenito
é que o pássaro voa,
condensa, petrifica o grito.

Brutas obras caladas,
busto de Cristo de barba,
do Boi carreiro,
a Vaca magra,
a Carranca Inca,
Índia Iracema,
Filhos do Sol,
"As ondas das lavas
vêm dar relevo
ao que cria
ao que põe medo".

Escultor e obra
desbravam um mundo,
desferindo golpes,
habitando o solo.
O martelo e o ponção
talhando à noite
em ferimentos seus
pleft, pleft, pleft...
"Rimando o dia
formando outros gritos
descobrindo trilhas
que se perdem no voo".


quinta-feira, 11 de abril de 2013


Um poema da poetisa Praia-grandense Marília Christovão.

VOCÊ

Em seus olhos me encontrei,
Por sua boca me apaixonei!
Cada emoção vivida por nós,
Ganho a certeza,
Que você é e sempre será
A estrela
Que me guiará
Através das pedras e árvores,
Até mesmo entre flores e ares!
Te amo de maneira imaginável,
Mas intensa e verdadeira.
Com você vou além
Sem medo e dúvida
Rumo à eternidade...

MARÍLIA CHRISTOVÃO

domingo, 17 de março de 2013



Um poema de Marília Christovão, Praia Grande, SC.

ELE É MEU PONTO SEGURO!

Às vezes parece que tudo
Vai desabar
E que não vou suportar...
De repente me vejo
Presa no meu inconsciente
Tentando encontrar forças
Ficar ciente
Que isso vai passar
Custe o que custar!

Há momentos em nossa vida
Que só a fé
Te mantém em pé...
Que o raiar do Sol
Perde a Luz...
Que o desabrochar de uma rosa
Perde graciosidade...
E que os motivos para felicidade
Somem que nem poeira!

Acreditar é o segredo...
Persistir é a saída...
E não desistir é o que preciso!

Deus é meu ponto seguro
Ele me protegerá de tudo...
O futuro é incerto...
 O passado já foi...
E o presente é agora.
Então, com Ele
Construo minha história...

Poetisa Marília Christovão

terça-feira, 12 de março de 2013

SUBLIME (Em Busca da Essência)

Sublimei-te, mulher, razão;
e coloquei toda a poesia
como escudo, para proteger nosso amor.

Sublimei-te, mulher, carecido;
e te disse que eras tão bonita,
perfeita natureza. Flor!

Sublimei-te. Colhi orvalhadas tintas
para retratar-te.
Insaciáveis versos lidos.
E caminhei por caminhos que sabia
que você havia percorrido. Amando!

Sublimei-te. Tatuei marcas em fogo
no meu coração, para sempre
amar-te.
"Sublimando".
Como Luz Poética. Paixão!

sábado, 23 de fevereiro de 2013


DA VIDA (Em Busca da Essência)

Quando cai a chave
da vida...
Outra chave...
Que não sei como é,
espera... não sei como é.
E... enquanto não cai a chave
da vida...
Sinto o vigor da vida
nutrindo a chave
da vida.

sábado, 9 de fevereiro de 2013


EM BUSCA DA ESSÊNCIA (Em Busca da Essência)

A lua laranja no céu
outra vez invade-me
com seu hálito entorpecente.
Confundo-me no realismo.

Atravesso o oceano serenoso
com luz de luar
numa nau mítica
que leva na proa
uma carranca indígena.

E tenho nas mãos um pasquim
cheio de provas de amor,
um punhado da mais pura essência
para os momentos
de saudade, de solidão e de partilha...

Nada mais que o agora,
somente o momento da vida
faz parte de mim!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


ÁRVORE CENTENÁRIA (Relevo Azul)

Bela e imensa
árvore centenária,
firme e forte embelezando
a cachoeira.

Um dia... mãos assassinas
cortam-lhe o tronco
derrubando-a penhasco a dentro.

Cortados seus galhos,
ferida brilhava...
qual peixe fisgado,
sem casca deslizava mata à fora.

O que ficou para trás na mata perdida?
Raízes profundas,
cepo de dor,
dessecando-se.

Cedro, cedro...
lânguido sangue em suas veias.
Ninguém avista mais
árvore centenária
e bela na cachoeira.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


O POEMA (Em Busca da Essência)

O poema se finge
no assobio do pássaro
ao ver o sorriso do sol

O poema possui
resquício da paz
desencontrada no mundo

O poema é azul no céu
adentrado no verde
úmido da mata

O poema na voz
que declama emoção
partilha o momento