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sábado, 22 de fevereiro de 2014

RIO MOLHA COCO (Poesia Sempre)

Das cachoeiras altíssimas
Na mata atlântica beira o planalto
Nasce o Rio Molha Coco
Que desce lapidando rochas de basalto.
Cascatas serpenteando o perau
Profundo de sombras em burrifos
Insistentemente, cantarolando hino da águas
Penhascos adentram mistérios infindam.
De queda a queda o Rio Molha Coco
Exalta-se na repentina encruzilhada.
Acha o irmão Rio Índios Coroados
Que embalado ia passando em disparada.
Rio de encher às vistas fotografando
A mente, a caverna do trovão azul
Suspendida por imensa pedra
Grossa árvore estendida ao Sul.
O Rio Molha Coco desce borbulhante
Com águas cristalinas esmeraldas
Dependendo da barranca e a estação
Sob o desfecho do tempo, a enxurrada.

Xiiiiiiiiiii, Xuááááááááááá!

Xiiiiiiiiiii, Xuááááááááááá!

O Rio Molha Coco é arco-íris na primavera
Brincadeiras, banhos, namoros e pescarias,
Aventura de jangada. E espera,
À noite fogueira ao luar.
Raso o curso do rio é uma praia
Dos seixos rolados, momentânea paisagem
Do absoluto impacto mutante, natural
Inquieta natureza, presente imagem.
Indo descendo o Rio Molha Coco.
Margeado por rica flora verde, flores
E frutos silvestres de flora ainda não extinta...
O Catacho (Martim- pescador) rouba a cena agora,
Por um futuro melhor quem pinta.
As pedras do formoso rio são preciosas
Ou semipreciosas conforme da cor o olhar
A admiração ou relevo em prismas
De brilhante carvão na pedreira a rolar.
Paradas ou diluídas, ágata, ametista
Tão trincado e imutável, à vista,
Como as águas deslizam fendas do passado.

Xiiiiiiiiiiiiiiiiii, Xuááááááááááááááá!
Xiiiiiiiiiiiiiiiiii, Xuááááááááááááááá!

E queres cruzar a ponte de arame (ou pêncil)
Acesso livre à trilha dos tropeiros
"Serra Velha" de passar tropas de mulas
De mercadorias carregados os cargueiros.
Volto ao Rio Molha Coco, ora calmo,
Ora agitado, o dia inteiro correntoso.
A primeira comunidade é Vila Rosa
Onde os colonizadores vieram desbravar.
Fizeram moinhos, tafonas,
Descascadores de arroz
O rio a roda d'água fez girar.
O rio é da terra - fundas escavações.
O ser humano é que o polui,
Que detona feroz a mata ciliar,
O esgoto, o lixo, o agrotóxico...
É hora do falso discurso calar.

Xiiiiiiiiiiiiiiii, Xuááááááááááá!
Xiiiiiiiiiiiiiiii, Xuááááááááááá!

No verão o céu é uma fonte d'água,
Depois da chuvarada a chuva insistente,
Novo bramido chuvoso acontece
Quando transborda o rio de repente.
Avança qual transeunte bêbado
Pela estrada de chão geral,
Enfrenta o que há em sua frente
Causando aos espectadores espanto total.
Invade as terras do Velho Inácio
E quase entra no salão de festas,
A igreja ao alto está à salva.
Também a majestosa escolinha espia quieta.
Nesse instante espetacular faz parte
O Rio Molha Coco da estrada barrenta,
Visita desajeitada várias portas das casas.
Ah! Improvisado caminho que ladeia o rio,
Até o cemitério quase não escapa.
Em tempo de enchente o belo
e espantoso desaguar na estrada.

Xiiiiiiiiiiiiiiii! Xuáááááááááááááá!
Xiiiiiiiiiiiiiiii! Xuáááááááááááááá!

O Rio Molha Coco é muito apreciado
Para banhos refrescantes...
E passa por trás de outra vila agradável
"Pé da Serra" de aspecto exuberante.
É para bem pintar que este poema singelo
Fugiu da lírica enxugada
Por arremeter-se nos cipós e terra
Que vivem vários peixes dessa água.
O Rio Molha Coco vai terminando
Sua principal jornada no Rio Mampituba
Que divide o estado gaúcho e catarinense
Onde num redemoinho de água se encontram.
Assim é mágica, é unida a natureza
De gota a gota faz o riozão.
E sempre se completa em beleza
O ciclo natural da criação.
O mar está longe, o Rio Molha Coco
Chegou em Praia Grande espraiado o cênico,
avolumando as águas do rio serpentuoso
Dando mais vida a "Cidade dos Cânions".

Xiiiiiiiiiiiiiiii! Xuááááááááááá!
Xiiiiiiiiiiiiiiii! Xuááááááááááá!