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terça-feira, 10 de agosto de 2010

SENHORA IDOSA
(A minha avó Inez Rigotti da Rosa)

Com um pedaço de galho na mão
ela firma seu corpo,
sobe este morrinho com passos vagarosos,
a estrada é esburacada,
vai arrastando seu chinelo...

Às vezes, a vejo reclamar de tudo,
das pessoas que não zelam
pelo seu patrimônio
vendo aos poucos...
seu sonho de moça italiana
se dissipar feito fumaça.

O forno caiu...
a casa com goteira...
sua vaca holandesa magra...
e seu potreiro tomado de mato,
essas pequenas coisas fizeram parte
de sua vida inteira.

Com seu vestido estampado branco,
ela estava na porta da sala,
com os olhos cheios d'àgua,
vendo o horizonte e a planície costeira...

Na verdade, ela estava vendo
sua vida inteira...
o ventinho balançava
seus cabelos brancos.

(Poema do livro Relevo Azul)

6 comentários:

  1. Caros leitores!

    Este foi um dos primeiros poemas que escrevi, que realmente percebi, que o poema não precisava ser apenas uma invenção, e que poderia ser uma descrição, um relato, a percepção de um fato. E que o sentimento deveria ser o principal motivo para a produção do poema. Este poema está circunstanciado num momento da década de 80, na qual o sol foi cumplice de uma primavera já distante.

    Obrigado!
    Tarcísio

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  2. amei esse poema..
    Parabéns muito legal..

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  3. poisé
    muito interessante...
    pois fala de uma história Real....
    parabens pela sua criaçao....
    abraços....

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  4. Muito bonito o poema, parabéns pelo poema!!

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  5. Poema nostálgico...
    Lembrou-me de minha avó...
    Tão amada e querida!
    Foi meu exemplo de mulher forte e batalhadora.

    Mais uma vez: boas energias celestiais!

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