ÍNDIOS DO BRASIL (Em Busca da Essência)
resiste subversivo na selva,
imaleável jeito da sorte
na mata descalços voltam
para a taba, bravos do Norte,
Índios do Brasil.
Há quinhentos anos chovendo
nessa floresta improdutiva de ideias;
mas a justiça varre
o coração vermelho com ironia.
Com improsperidade, enfeite e adorno.
Índios do Brasil.
Como perdoar o espírito religioso?
As vãs perseguições políticas?
Óh, Deus! Tu podes perdoar.
Os que afugentam teus filhos.
Duros, livres... Nas brenhas.
Índios do Brasil.
É do cacique o brado mais forte.
É na Europa que o sino
primeiro badala: perdão! perdão! perdão!
Não queremos nutrir vossos filhos.
Do passado já foi dardo lançado,
Índios do Brasil!
Lado a lado, homens e mulheres,
seminus, nus, rubros e enfeitados
no ritmo da selva
que o Sol ilumina.
Para o festejo e glória indígena.
Índios do Brasil!
Pouco se faz a esta gente brasileira
do amarelo-ouro da verde mata,
do céu o Cruzeiro do Sul
rebrilham no lago os sorrisos.
Povo bravo, sobrevive e canta.
Índios do Brasil!