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sábado, 18 de fevereiro de 2012

FAÇO POESIA

Faço poesia da noite sem sono.
Faço poesia do abandono.
Faço poesia do diferente
que rompe a casca de repente.

Ou buscando um sinal no desigual.
Trabalhando o imaginário código do lazer.
Reciclando o amontoado de descaminhos sem prazer.
Alguém lerá tais versos? Nascido no desconexo.

Um retrocesso da angústia, a volta da metafísica.
Como o homem que necessita do próprio alimento que abomina.
Uma risada na chuva, um trem sem trilhos,
Cavalos as soltas e selvagens na tempestade!

Assim, faço poesia, como que acendendo o fogo úmido do ritmo.
E com toda a noite, todo o espaço rotativo,
Grilo, rio, estrela... tudo que parte e volta.
Cada dia uma estrofe, uma construção da vida.

E nunca imagineis, quando e a que hora
O verdadeiro poema virá diluviar vossa terra árida.
Necessito terminar este poema. Você pode me ajudar?
O que veio do ânimo ficou segredado. Sono. Boa noite!

(Poema do livro Em Busca da Essência, 2005.)

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